Imagens geradas por IA: quando a tecnologia ultrapassa a percepção humana
- 3E Unicamp
- há 6 dias
- 3 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Por: Raísa Rodrigues

Nos últimos anos, a tecnologia de inteligência artificial avançou a passos largos, sendo uma de suas aplicações mais impressionantes a possibilidade de criar imagens ou vídeos ultrarrealistas a partir de comandos personalizados. O que antes parecia ficção científica, agora é parte do nosso dia a dia. Mas, junto dessa inovação, surge um grande desafio: como distinguir o que é real do que é gerado por algoritmos?
IA generativa: criando imagens com dados
Já imaginou criar uma imagem apenas descrevendo o que você quer ver? Isso é possível graças às IAs generativas, ferramentas que fazem parte de um grupo de modelos de aprendizado de máquina treinados para criar novos conteúdos, como imagens, textos, músicas ou até mesmo vídeos com base em padrões aprendidos de grandes volumes de dados. Modelos como o DALL·E e o Midjourney conseguem gerar rostos, paisagens, produtos e até cenas completas com altíssimo nível de realismo.
Esses modelos utilizam redes neurais profundas, mais especificamente redes adversariais generativas (GANs) ou difusion models, para simular com precisão aspectos visuais como iluminação, textura, perspectiva e até emoções humanas. O funcionamento se dá a partir de duas redes neurais, uma geradora, capaz de criar dados, e outra discriminadora, que avalia os dados gerados pela primeira. Elas funcionam em um ciclo, onde a rede geradora melhora os dados criados com base na nota dada pela rede discriminadora, se repetindo até que a qualidade dos dados gerados seja considerada boa o suficiente.
No mês de maio deste ano, a Google reacendeu esse tópico com o lançamento de um novo modelo de inteligência artificial, o Veo 3, dentro da ferramenta de edição de vídeo Flow. Assim, é possível gerar vídeos ultrarrealistas por meio de prompts, controlar movimentos e ângulos de câmera, bem como editar e estender cenas e fazer transições. Com isso, a linha entre o que é criado por humanos e o que é fabricado por algoritmos torna-se cada vez mais tênue - e o futuro da produção audiovisual, mais surpreendente e incerto do que nunca.
Você confia em tudo o que vê?
Uma das maiores dificuldades enfrentadas atualmente é a quebra da confiança na evidência visual. As imagens geradas por IA são tão convincentes que mesmo especialistas, em muitos casos, não conseguem distinguir o que é real do que é sintético sem o auxílio de ferramentas externas.
As deepfakes, por exemplo - vídeos ou imagens manipuladas para parecerem autênticas - já foram usadas para espalhar desinformação, fraudes digitais e até manipulação política. Em um mundo onde uma imagem vale mais que mil palavras, o poder de manipular a realidade por meio de fotos ou vídeos pode ter consequências profundas.
Estamos presenciando o surgimento de uma nova realidade?
Do ponto de vista tecnológico, já existem iniciativas promissoras, como sistemas de marca d’água digital invisível, rastreamento de origem (proveniência digital) e algoritmos de detecção de conteúdo gerado por IA. Além disso, regulamentações estão sendo discutidas globalmente para exigir transparência no uso de imagens sintéticas, especialmente em contextos sensíveis como política, jornalismo e publicidade, onde a autenticidade visual é indispensável.
Estamos, sem dúvidas, vivendo o início da era do “falso real” — um tempo em que o que vemos pode não ser exatamente o que parece. Sendo assim, torna-se essencial desenvolver um olhar mais crítico e atento para o conteúdo que consumimos na internet.
Gostou do post?
Caso queira saber mais sobre atualidades no mundo da engenharia, tecnologia e inteligência artificial, acompanhe nosso blog para não perder nenhuma notícia! E se quiser realizar algum projeto, entre em contato agora mesmo para saber como podemos te ajudar!
Comments