BYD: A gigante chinesa que superou a Tesla no mercado de carros elétricos

Por: Gabriel Collares

Em 2023, a BYD surpreendeu o mundo ao ultrapassar a Tesla em vendas globais de carros elétricos - um feito que poucos imaginavam possível. Mais do que uma fabricante, a marca chinesa se destaca pela combinação de inovação tecnológica, eficiência produtiva e compromisso com a sustentabilidade. Essa virada marca o início de uma nova era na mobilidade elétrica, onde engenharia e tecnologia caminham juntas rumo a um futuro mais limpo. Quer entender como a BYD virou o jogo? No post de hoje revelamos por que ela se tornou referência para engenheiros e entusiastas da inovação.

 A virada no mercado de carros elétricos

Nos últimos anos, os carros elétricos deixaram de ser uma tendência de nicho para se tornarem protagonistas da transformação da indústria automotiva mundial. Em um mundo onde, cada vez mais, preocupações ambientais e políticas públicas voltadas à descarbonização são constantes, os veículos elétricos vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado global. E foi no ano de 2023 que a empresa chinesa ultrapassou a Tesla, empresa do bilionário Elon Musk, vendendo cerca de 530 mil veículos, enquanto a empresa americana vendeu 485 mil veículos. E em 2024, a BYD registrou uma receita de cerca de US$ 107 bilhões.

Esse cenário de transição energética representa uma oportunidade única para engenheiros e estudantes de engenharia: repensar sistemas de propulsão, desenvolver baterias mais eficientes, otimizar infraestruturas de recarga e criar soluções inteligentes de mobilidade urbana. A mobilidade elétrica é, acima de tudo, um campo fértil para a inovação tecnológica — onde diferentes áreas da engenharia, como elétrica, eletrônica, controle e automação, atuam de forma integrada para viabilizar um futuro mais sustentável.

Quem é a BYD e por que ela cresceu tanto?

Fundada em 1995, em Xian, China, a empresa “Build Your Dreams” chegou ao mercado brasileiro na segunda metade de 2021 com o anúncio oficial de sua entrada no segmento de veículos elétricos e híbridos.

O seu crescimento no mercado mundial está associado ao modelo de negócios eficiente, baseado na verticalização da produção - ou seja, a empresa fabrica internamente grande parte dos componentes, como baterias e semicondutores. A Blade, bateria produzida pela BYD, é considerada a mais avançada do mundo. de acordo com Michael Dunne, CEO da Dunne Insights, a Blade pode ser pensada como o equivalente a um motor Toyota a gasolina de alta qualidade: confiável, acessível e eficiente.

Empresas como Mercedes, Ford e Kia já decidiram adquirir algumas de suas baterias da BYD. Em um documento revelado pela própria empresa,  que a bateria era capaz de adicionar 250 milhas de alcance em apenas cinco minutos, superando a tecnologia de carregamento da Tesla. Os Superchargers da Tesla levam 15 minutos para carregar e fornecem um alcance de 200 milhas.

Mas, sem dúvidas, um dos motivos mais importantes que garantiu o crescimento da BYD, foi a aposta em preços mais acessíveis de seus produtos, o que garantiu a sua liderança de vendas em grandes mercados consumidores, como o chinês, que é, sem sombra de dúvidas, o maior desse setor. 

Inovação e sustentabilidade como diferencial

A verdade é que um dos pontos mais fortes quando se fala de BYD é sobre a sua capacidade de inovação com grande foco em garantir a sustentabilidade. A própria Blade é um exemplo disso, assim como ônibus elétricos, que estão ganhando destaque nas frotas de transporte público pelas grandes cidades do Brasil. Só em São Paulo, a frota é de mais de 160 ônibus elétricos da empresa chinesa. No total, o número de ônibus elétricos na cidade ultrapassa a casa dos 700. Cada ônibus elétrico wBYD deixa de emitir cerca de 118 toneladas de CO₂ por ano, o equivalente ao plantio de 847 árvores.

No seu relatório de sustentabilidade mais recente, a BYD anunciou que, até janeiro de 2025, a empresa já conseguiu reduzir a emissão de 80,3 milhões de toneladas de poluentes na atmosfera, compensando o equivalente ao plantio de mais de 1,3 bilhão de árvores. A novidade representa um crescimento de 3,8% desde o último anúncio da BYD, em dezembro de 2024. 

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