Por: Raísa Rodrigues

Nas últimas décadas, muitos países minimizaram o uso de energia nuclear, como por exemplo a Alemanha, que aboliu completamente seu uso no ano de 2023. No entanto, gigantes da tecnologia como Google e Meta estão se movendo no sentido oposto ao impulsionar a reativação de usinas elétricas antigas.
A Explosão da Demanda Energética no Setor de Tecnologia
A expansão da energia nuclear é considerada chave para a transição energética mundial porque não emite gases de efeito estufa, embora o risco de vazamento e o manejo do rejeito radioativo despertem temores. A capacidade de produção chama atenção: a energia contida em uma pastilha de 7 gramas de urânio, do tamanho de um chiclete, equivale à de uma tonelada de carvão ou 22 caminhões de óleo diesel.
O grande motivo por trás da retomada do uso de energia nuclear está na explosão da demanda energética pelo setor tecnológico, principalmente quando se trata da necessidade de energia elétrica para alimentar as data centers regionais de inteligência artificial.
Esses centros processam quantidades enormes de dados, o que requer maior capacidade dos computadores e, consequentemente, de energia, seja para processamento ou resfriamento das máquinas. Para se ter uma ideia, um data center normal precisa de 32 megawatts de energia; já um data center de inteligência artificial, 80 megawatts, quase o triplo.
Por isso, big techs têm investido na reativação de usinas nucleares, como Three Mile Islands, palco do pior acidente nuclear da história dos Estados Unidos, ou no desenvolvimento de SMRs, pequenos reatores modulares que podem ser integrados aos próprios data centers e prometem ser mais seguros e gerarem menos resíduos radioativos.
O Futuro do Setor Energético: Sustentabilidade e Inovação
A reativação de usinas é apenas uma parte da estratégia global que busca conciliar a crescente demanda por energia com as metas de sustentabilidade. Para Google e Meta, essa ação é uma transição entre a dependência de fontes tradicionais de energia e o futuro mais verde, com maior ênfase em energias renováveis. A longo prazo, a diversificação da matriz energética e a inovação constante são essenciais para garantir que a evolução tecnológica não sobrecarregue o planeta
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